O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, concordou em adiar por um mês as tarifas sobre alguns veículos fabricados na América do Norte após uma ligação com os CEOs da General Motors e da Ford e com o presidente da Stellantis, afirmou a Casa Branca nesta quarta-feira (5).
As montadoras pediram a Trump que renunciasse às tarifas de 25% sobre México e Canadá para veículos que estivessem em conformidade com as regras de origem do Acordo EUA-México-Canadá (USMCA) de 2020. A medida beneficiará montadoras dos EUA e outras fabricantes estrangeiras que estão em conformidade.
“Vamos dar uma isenção de um mês para qualquer automóvel que passe pelo USMCA para que eles não fiquem em desvantagem”, disse a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, a repórteres. “As tarifas recíprocas ainda entrarão em vigor em 2 de abril.”
As montadoras têm oferecido um aumento dos investimentos automotivos nos EUA, mas querem ter certeza sobre as políticas tarifárias e ambientais, afirmaram fontes, notando que Trump pode impor tarifas adicionais em 2 de abril que poderiam impactar drasticamente a produção automotiva dos EUA.
A cadeia de suprimentos automotiva da América do Norte é fortemente integrada entre Estados Unidos, Canadá e México, e em vários estágios de fabricação as peças cruzam fronteiras, o que poderia expor as montadoras a múltiplas tarifas.
A CEO da General Motors, Mary Barra, o CEO da Ford, Jim Farley, junto com o presidente do conselho da Ford, Bill Ford, e o presidente da Stellantis, John Elkann, participaram da ligação na terça-feira (4).
As montadoras não quiseram comentar. A Stellantis disse a negociantes que está disposta a ampliar os investimentos nos EUA. As ações da Ford subiam quase 4% nesta quarta-feira, enquanto os papéis da GM tinham alta de 5%.
Limitar o alívio a veículos que estejam em conformidade pode prejudicar algumas montadoras estrangeiras que optaram por pagar a tarifa de 2,5% para exportar veículos do México para os EUA em vez de cumprir as regras de livre comércio da América do Norte.
Trump, em seu discurso no Congresso na terça-feira, disse que havia conversado com os principais executivos das três grandes montadoras de Detroit naquele dia e que as tarifas e outras políticas resultarão em maior crescimento e “permitirão que nossa indústria automobilística dispare”.
A Stellantis afirmou que precisa de tempo antes de realizar grandes mudanças.
“Estamos preparados para trabalhar com o governo Trump para apoiar mais investimentos em nossa presença industrial nos EUA, mas precisamos de tempo para fazer essas mudanças sem impactar negativamente os negócios e nossos clientes”, disse a Stellantis em um email visto pela Reuters.
As montadoras também apresentaram a ideia ao secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, em uma reunião virtual na semana passada.