A Comissão de Transparência, Governança, Fiscalização e Controle e Defesa do Consumidor (CTFC) do Senado aprovou um requerimento de convite ao presidente da Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil (Previ), o sindicalista João Luiz Fukunaga.
O requerimento foi apresentado pelo senador Sergio Moro (União-PR). O congressista pede que Fukunaga explique o rombo de R$ 14 bilhões nos cofres do chamado Plano 1 — o maior da entidade — até novembro de 2024.
O fundo encerrou o exercício de 2024 com déficit de R$ 17,6 bilhões e é alvo de auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU).
No pedido, Moro destacou que o prejuízo acumulado no Plano 1 da Previ entre janeiro e novembro de 2024 contrasta com os superávits de mais de R$ 5 bilhões registrados nos anos anteriores.
Moro afirma que Fukunaga deve realizar uma “apresentação esclarecedora sobre os fatores que contribuíram para o prejuízo reportado, bem como as estratégias e medidas que estão sendo implementadas para reverter esse quadro”.
No requerimento, o senador afirma que, caso Fukunaga se recuse ou não possa comparecer à comissão, será apresentado um pedido de convocação do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para esclarecer os pontos.
“Em caso de recusa ou impossibilidade de comparecimento, será apresentado um requerimento de convocação ao ministro da Fazenda para esclarecer as questões pontuadas anteriormente, tendo em vista a gravidade e urgência da situação atual”, concluiu.
Na sessão que foi aprovada a convocação, na quarta (19), Moro pediu que a audiência seja realizada em no máximo duas semanas.
A sessão com a participação de Fukunaga precisa ser agendada pelo presidente da comissão, senador Dr. Hiran (PP-RR).
Entenda
A Previ é o maior fundo de previdência da América Latina, administrando cerca de R$ 200 bilhões e atendendo quase 200 mil participantes. Fukunaga assumiu a presidência em 2023, com mandato até maio de 2026.
As dúvidas sobre a situação do fundo são alvo de questionamentos especialmente porque a maior parte da carteira está alocada em renda fixa, um investimento que deveria apresentar bom desempenho em períodos de juros elevados.
O TCU começou a auditoria na gestão da Previ em fevereiro deste ano. O pedido foi feito pelo ministro Walton Alencar Rodrigues, que destacou “gravíssimas preocupações” em relação ao rombo no fundo.
A auditoria segue em andamento, e o relatório preliminar servirá de base para futuras análises sobre a governança e os investimentos da Previ.