O juiz responsável pela disputa legal entre Blake Lively e Justin Baldoni atendeu grande parte do pedido da atriz para uma ordem de proteção ampliada, visando impedir a divulgação de certas informações, como registros médicos e segredos comerciais relacionados a futuros projetos empresariais.
Nesta quinta-feira (13), o magistrado declarou em sua decisão que a ordem de proteção padrão do tribunal não seria suficiente para atender às necessidades do caso, dada sua natureza sensível e de alto perfil.
“Esses casos envolvem tanto concorrentes comerciais quanto alegações de danos sexuais”, escreveu o juiz, acrescentando que o processo de descoberta revelará “informações comerciais e pessoais confidenciais e sensíveis” e que “o risco de divulgação é grande”.
No mês passado, Lively solicitou um acordo de confidencialidade mais rigoroso, com proteções adicionais para evitar que certas informações vazassem para a imprensa. Os advogados da atriz também citaram, em seu pedido de fevereiro ao juiz, preocupações com a privacidade de terceiros de alto perfil envolvidos no caso.
“Vários indivíduos e corporações de ambos os lados atuam no setor de relações públicas ou mídia e têm fácil acesso à imprensa. Os detalhes deste caso têm sido acompanhados de perto pela mídia, e cada lado acusou o outro de conduzir o litígio através da mídia”, acrescentou o juiz em sua decisão.
“E, quando informações confidenciais não são divulgadas, elas podem se espalhar por meio de fofocas e insinuações dentro da comunidade artística, de forma a prejudicar uma das partes, mas de um modo que pode não ser detectado de imediato.”
O juiz também determinou que informações médicas, de segurança e segredos comerciais relacionados a planos de negócios e marketing para projetos futuros serão classificadas como “exclusivas para os advogados”, garantindo sua proteção.
No entanto, devido à natureza de um caso de assédio sexual, o magistrado reconheceu que certas informações altamente “pessoais e íntimas sobre terceiros” seriam difíceis de proteger.
Em declaração à CNN, os advogados de Lively afirmaram que o juiz “implementou as proteções necessárias para garantir o fluxo livre de materiais do processo sem risco de intimidação de testemunhas ou prejuízo à segurança de qualquer indivíduo”.
Em um documento anterior, os advogados da atriz de “É Assim que Acaba” alegaram que, desde que ela apresentou sua queixa de assédio sexual e retaliação contra Baldoni, em dezembro de 2024, ela e outras pessoas foram alvo de “comunicações violentas, profanas, sexistas e ameaçadoras” online, incluindo imagens pornográficas publicadas em sua conta no Instagram.
Devido a esse suposto assédio virtual — além das preocupações com a divulgação de informações de segurança, dados médicos e detalhes sobre seus filhos pequenos — a equipe de Lively solicitou uma ordem de proteção mais rigorosa.
Por outro lado, a defesa do ator argumentou que a ordem de proteção padrão do tribunal era suficiente. Em um documento apresentado em fevereiro, afirmaram que as restrições adicionais propostas pela equipe da artista seriam apenas um esforço para “ocultar” do público provas que poderiam prejudicar a imagem da atriz.
Nesta quinta-feira (13), o advogado de Baldoni, Bryan Freedman, afirmou que está “totalmente de acordo” com a decisão do juiz de “fornecer uma proteção limitada a categorias como registros privados de saúde mental e medidas de segurança pessoal”, acrescentando que esses aspectos “nunca nos interessaram”.
“Continuamos focados nas comunicações necessárias que contradizem diretamente as acusações infundadas da Sra. Lively”, acrescentou Freedman. Durante uma audiência em 6 de março sobre o assunto, ele argumentou que restrições adicionais eram “desnecessárias”.
Os advogados de Lively disseram ao juiz, na audiência, que a atriz e seu marido, Ryan Reynolds, estavam preocupados com a possibilidade de suas conversas pessoais, sem relevância para o caso, vazarem para a imprensa para gerar atenção midiática.
“Há milhões de motivos para essas partes vazarem informações, pois o valor de relações públicas supera o cumprimento das ordens do tribunal”, afirmou a advogada de Lively, Meryl Governski.
O advogado de Baldoni rebateu em tribunal, dizendo que era “ofensivo sugerir que desrespeitaríamos uma ordem de proteção”.
A defesa de Lively argumentou que deveriam existir restrições mais rigorosas para proteger figuras públicas envolvidas no caso. “Há uma grande chance de dano irreparável se conversas marginais com pessoas de alto perfil, sem relevância para o caso, caírem em mãos erradas”, disse sua advogada na audiência.
Freedman respondeu que o pedido de Lively por proteções adicionais daria tratamento injusto e privilegiado a “celebridades” e “pessoas poderosas na indústria”.
O juiz pareceu concordar com a ideia de não conceder tratamento especial ao caso por envolver celebridades. “Muito do que vocês estão discutindo é inerente à natureza do caso”, disse o magistrado Liman ao advogado de Lively no tribunal.
“Se você processa uma pessoa de alto perfil nesta indústria, isso vai ser noticiado pela imprensa. As informações altamente relevantes acabarão sendo divulgadas.”
Ao longo da disputa judicial entre os ex-colegas de elenco, a equipe de Baldoni também se opôs à obtenção de determinadas informações durante o processo de descoberta de provas.
Após Lively emitir intimações a operadoras de telefonia e provedores de internet para obter mais de dois anos de registros de chamadas, mensagens e e-mails de Baldoni e sua equipe, o juiz decidiu que o pedido era “excessivamente intrusivo e desproporcional às necessidades do caso”, permitindo apenas a obtenção de registros “estritamente necessários para revelar informações relevantes”.
“Esse pedido envolve interesses legítimos de privacidade”, escreveu o juiz na decisão.
Após Lively conseguir a ampliação da ordem de proteção, Freedman declarou à CNN que as intimações emitidas por Lively eram “extremamente amplas”.
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