A Polícia Civil de São Paulo prendeu, na tarde deste sábado (8), o primeiro suspeito de envolvimento na morte da jovem Vitória Regina de Sousa, em Cajamar, na região metropolitana da capital. Trata-se de Maicol Antônio Sales dos Santos, de 27 anos.
De acordo com a investigação, ele é o dono do Corolla que perseguiu a jovem minutos antes dela desaparecer na madrugada do dia 27 de fevereiro, na Grande São Paulo. A CNN apurou que a prisão ocorreu depois que a justiça aceitou o pedido de prisão preventiva feito pelos investigadores.
Na última quinta-feira (6), a justiça havia negado o pedido de prisão de Gustavo Vinícius Morais, ex-namorado de Vitória, e apontado como um dos principais suspeitos do crime.
Estado do corpo dificulta investigação
A apuração do caso de Vitória Regina de Sousa, uma jovem de 17 anos encontrada sem vida, após uma semana de buscas, apresenta diversas complexidades e dificuldades, segundo o delegado encarregado da investigação, Dr. Fábio Lopes Cenachi.
Conforme o delegado, um desafio crucial é a dificuldade em determinar as circunstâncias da morte, especialmente quando o corpo é encontrado em estado avançado de decomposição.
“Naquelas condições em que o corpo estava ontem, os fenômenos já estão adiantados, estão com dias de morte. É cedo e é pouco profissional nós traçarmos qualquer deliberação. Não dá para traçar nem algum elemento de como teria sido infligido a morte”, afirma o delegado.
Em entrevista coletiva, o delegado demonstrou a necessidade de aguardar os laudos periciais do IML (Instituto Médico Legal) para obter informações precisas sobre a causa da morte e outros elementos relevantes para a investigação.
Além disso, o delegado enfatiza a importância da cautela na divulgação de informações, visando proteger a investigação e a família da vítima. A precaução adotada pela polícia reflete a preocupação em evitar a divulgação de informações que possam comprometer o trabalho da polícia ou causar ainda mais sofrimento aos familiares da vítima.
Relembre o caso
O desaparecimento e a trágica morte de Vitória Regina de Sousa, uma jovem de 17 anos comoveu os moradores de Cajamar (SP). A história começou em 26 de fevereiro, quando Vitória, após um dia de trabalho em um shopping local, pegou o ônibus de volta para casa.
Naquela noite, Vitória compartilhou mensagens de texto com uma amiga, expressando o medo que sentia ao perceber que estava sendo seguida por dois homens. Testemunhas relataram ter visto um automóvel com quatro homens seguindo a jovem depois que ela desceu do ônibus.
Após seu desaparecimento, a cidade se uniu em buscas incessantes. A polícia e os familiares, apoiados por diversos agentes, cães farejadores e drones, procuraram por Vitória em todos os cantos da região.
A angústia chegou ao fim em 5 de março, quando o corpo de Vitória foi encontrado em uma área de mata em Cajamar. O corpo da jovem estava em estado avançado de decomposição e apresentava sinais de violência. Um policial que estava no local das buscas informou que o corpo da vítima foi bastante violentado. A jovem estava com a cabeça raspada e sem as roupas.
A Delegacia de Polícia de Cajamar assumiu a responsabilidade pela investigação, trabalhando com diversas hipóteses para o crime. Mais de 11 testemunhas foram ouvidas e dois veículos foram apreendidos para perícia. A principal linha de investigação é que a morte de Vitória foi por vingança.
Entre os suspeitos, o nome de Gustavo Vinicius, ex-namorado de Vitória, ganhou destaque. Ele chegou a prestar depoimento na delegacia, mas foi liberado após a justiça negar o pedido de prisão temporária feito pela equipe de investigação. Segundo o delegado, o ex-namorado foi à delegacia por medo de ser morto pelos outros suspeitos.
O corpo de Vitória foi velado e enterrado sob forte comoção de parentes, amigos e moradores da cidade. Gritos de “justiça” foram entoados durante o sepultamento.