O dólar ganhou força durante a manhã e passou a sustentar alta próxima de R$ 5,80, acompanhando o fortalecimento da moeda norte-americana também no exterior, inclusive em relação a divisas pares do real como o peso mexicano e o peso chileno, e após divulgação de dados de emprego no Brasil.
Por volta das 14h25, o dólar à vista subia 0,69%, a R$ 5,781 na venda.
No mesmo horário, o Ibovespa, referência do mercado acionário brasileiro, abandonava o sinal positivo da abertura e recuava 0,49%, a 125,3 mil pontos.
Contexto internacionalNo exterior, o dólar sustentava ganhos ante uma cesta de divisas fortes desde mais cedo, mas tinha sinais mistos em relação às moedas de emergentes.
O cenário foi mudando durante a manhã, com o dólar passando a sustentar ganhos também ante divisas como o peso do México e o peso do Chile — dois dos países possivelmente mais afetados por eventuais novas tarifas dos EUA sobre o cobre importado.
Na terça-feira, o presidente dos EUA, Donald Trump, ordenou uma investigação sobre possíveis novas tarifas em importações de cobre, para reconstruir a produção norte-americana do metal.
“O dólar no Brasil sobe acompanhando o fortalecimento da moeda lá fora”, comentou o diretor da Correparti Corretora, Jefferson Rugik.
“No início do dia houve certo fluxo de entrada (de divisas no Brasil) e também perspectiva de fluxo, com o mercado trabalhando com a perspectiva de entrada de recursos de captações externas”, acrescentou, citando entre as operações mais recentes a realizada pelo Itaú Unibanco.
Com o fortalecimento das cotações no exterior, o dólar à vista se reaproximou dos R$ 5,80 no Brasil.
Internamente as atenções se voltaram para a divulgação do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) de janeiro.
O Ministério do Trabalho e Emprego informou que foram geradas 137.303 vagas formais, com o resultado muito acima da expectativa de economistas apontada em pesquisa da Reuters, de criação líquida de 48.000 vagas.
Na segunda-feira, o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, havia antecipado a geração de “mais de 100 mil vagas” em janeiro, o que esvaziou em parte o impacto da divulgação desta quarta-feira.
Cenário políticoO cenário político também segue no foco dos investidores no Brasil, após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva demitir a ministra da Saúde, Nísia Trindade, e indicar para seu lugar Alexandre Padilha, que deixará a Secretaria de Relações Institucionais.
A dança das cadeiras nos ministérios é mais uma tentativa de Lula de retomar apoio político em Brasília, em um contexto de queda de popularidade.
Pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira indicou que a avaliação negativa do governo Lula disparou na Bahia e em Pernambuco, os dois maiores Estados do Nordeste em termos de população.
No mercado, um dos receios é de que Lula, ao ser pressionado pela perda de apoio, abra os cofres e piore ainda mais a situação fiscal do governo.
Nesta manhã, durante coletiva em Brasília, Marinho confirmou que será publicada na sexta-feira a medida provisória liberando o saque do saldo remanescente do FGTS para trabalhadores demitidos entre janeiro de 2020 até a data da publicação e que, por terem aderido ao saque-aniversário, ficaram impedidos de acessar os recursos.
Conforme o governo, serão disponibilizados R$ 12 bilhões.
O Banco Central vendeu em leilão todos os 20.000 contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 1º de abril de 2025.
60% dos brasileiros de baixa renda não têm cartão de crédito
*Com informações da Reuters