O assessor do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), denunciado pela Procuradoria-Geral da República na última terça-feira (18), Fabio Wajngarten, saiu em defesa do ex-chefe do Executivo, nesta quinta-feira (20), e afirmou que a delação do tenente-coronel Mauro Cid é “inventada conforme gosto do freguês”.
“Eu convivi intimamente com o presidente @jairbolsonaro e com o tenente-coronel Mauro Cid. Não é verdade que o presidente deu ordem para adulterar o cartão de vacina dele porque ele nunca precisou de certificado algum para entrar e sair de qualquer país. Não é verdade que o presidente ordenou venda de relógios para pagamento de despesas, quer sejam elas as mais variadas possíveis, única e exclusivamente porque nunca foi o presidente que administrava suas despesas e, sim, seus assessores liderados pelo ONIPRESENTE CID. Mais do que obvio que essa ideia, TABAJARA, surgiu de quem levou as tais contas ao presidente. O “baú” infinito de “ideias geniais” jamais teve como mente criativa o presidente. CID MENTE. Delação INVENTADA conforme gosto do freguês”, escreveu Wajngarten no X (antigo Twitter).
Eu convivi intimamente com o Presidente @jairbolsonaro e com o Tenente Coronel Mauro Cid.
Não é verdade que o Presidente deu ordem para adulterar o cartao de vacina dele porque ele nunca precisou de certificado algum para entrar e sair de qualquer país.
Não é verdade que o…— Fabio Wajngarten (@fabiowoficial) February 20, 2025
Nesta quarta-feira (19), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, derrubou o sigilo do acordo de delação premiada de Mauro Cid no inquérito que aponta a trama golpista. Com a retirada do sigilo, os 14 depoimentos do tenente-coronel se tornaram públicos.
Cid revelou, na delação premiada, que Fabio Wajngarten tentou obter informações sobre o depoimento dele ao entrar em contato com o pai e a esposa.
“Outro que tentou fazer contato com meu pai foi o Fabio Wajngarten. Ele tentou até ligar para minha esposa também, eu acho, para saber o que eu tinha falado”, disse Cid no depoimento. Ele fora questionado sobre as tentativas do general Walter Braga Netto em obter dados sigilosos da delação.
Cartão de vacina
Outro ponto exposto por Cid é que Jair Bolsonaro ordenou que ele inserisse dados falsos de vacinação contra a Covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde no nome dele (ex-presidente) e da filha, Laura Firmo Bolsonaro.
Na delação, Cid ainda confirmou que os certificados foram impressos e entregues em mãos ao ex-presidente da República.
Caso das joias
Mauro Cid também revelou ter ido aos Estados Unidos para vender relógios e um kit de joias de ouro branco, a mando de Bolsonaro.
O ex-ajudante de ordens disse ainda que os itens renderam US$ 86 mil, a ser sacado em fatias para não levantar suspeita. A primeira leva, de US$ 18 mil, teria sido levada diretamente para o ex-presidente.
O tenente-coronel também afirmou que a ideia de comercializar os itens partiu de uma questão financeira de Bolsonaro. O ex-presidente, reclamava dos gastos de “mudanças e transporte do acervo que deveria arcar, além de multas de trânsito por não usar o capacete nas motociatas”, segundo Cid.