Ao entrarem na metade dos atuais mandatos, ambos o governo federal e o Congresso Nacional já “viraram a chave” de olho nas eleições de 2026, avaliou Júnia Gama, analista política da XP Investimentos, ao WW desta sexta-feira (31).
Desse modo, Gama indicou que tanto o Legislativo quanto o Executivo devem evitar se aventurar em pautas espinhosas, levando a agenda econômica a tocar mais naquelas de maior apelo popular.
“Não vejo o governo com capacidade de insistir e gastar capital político para que o Congresso aprove [pautas mais difíceis]. O governo quer navegar um pouco mais tranquilo nessa reta final”, afirmou a analista da XP Investimentos.
Dentre as prioridades traçadas pelo Ministério da Fazenda para a agenda econômica, destacam-se:
- Fortalecimento do arcabouço fiscal, promovendo o crescimento sustentável da economia e estabilização da dívida pública;
- A reforma do Imposto de Renda (IR);
- Tributação sobre milionários;
- Limitação de supersalários;
- Reforma da previdência dos militares
- Regulamentação das big techs.
Gama observou que deve ser mais difícil de o Congresso “topar” olhar para questões como supersalários e previdência dos militares, por exemplo, que gerariam descontentamento entre nichos do eleitorado.
Já pautas como a isenção do IR para pessoas que recebam até R$ 5 mil por mês devem ser mais fáceis de avançar por conta do apoio popular em torno delas.
Cristiano Noronha, vice-presidente da consultoria Arko Advice, ponderou ao WW que apontar o fortalecimento do arcabouço é uma coisa vaga.
“Não temos ainda o que o governo vai propor. O fortalecimento do arcabouço fiscal é um processo. E quando o governo, em abril de 2024, fez a revisão das metas fiscais para baixo, isso enfraquece o arcabouço”, pontuou Noronha.
“O presidente Lula diz que não quer mais ajuste fiscal. Mas, se for necessário, ele vai fazer? Se não fizer, não é agenda de fortalecimento”, indagou.
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