Ruanda, que, segundo diplomatas, apoia os combatentes do M23 que tomaram Goma, na República Democrática do Congo, nesta semana, pediu nesta quarta-feira (29) um cessar-fogo no leste do país e uma negociação com os rebeldes, e negou o envolvimento de tropas ruandesas.
O ministro das Relações Exteriores de Ruanda, Olivier Nduhungirehe, disse à Reuters por telefone que os combates serão interrompidos em Goma, agora sob o controle dos rebeldes. Ainda houve relatos de saques e tiroteios esporádicos nesta quarta-feira em Goma.
“Mas Ruanda apoia que haja um cessar-fogo em toda a região (do leste) e que haja um diálogo, o que temos solicitado há muito tempo entre a RD Congo e o M23”, disse ele.
A ONU, os Estados Unidos, a França, o Reino Unido e a RD Congo afirmam que Ruanda apoia o M23 e que as forças ruandesas ajudaram os combatentes rebeldes a capturar Goma, maior cidade do leste do país, na segunda-feira.
Ruanda nega que suas forças tenham entrado na RD Congo e descreve as ações de seus próprios militares como apenas defensivas.
Nduhungirehe não comentou sobre quaisquer medidas que Ruanda pode ou deve tomar para garantir um cessar-fogo.
Nesta quarta-feira, os rebeldes do M23 moviam-se para o sul de Goma, capital da província de Kivu do Norte, em direção a Bukavu, a capital da província de Kivu do Sul, no que parecia ser uma tentativa de expandir sua área de controle.
Nduhungirehe disse que a perda de Goma enfraqueceu o presidente da RD Congo, Felix Tshisekedi, e que sua única opção seria negociar com os rebeldes.
A RD Congo considera o M23 um “grupo terrorista” e se recusa a negociar diretamente com ele. A ministra das Relações Exteriores, Therese Kayikwamba Wagner, pediu ao Conselho de Segurança da ONU que sancione Ruanda por seu apoio ao M23.