A chefe do Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos, Kristi Noem, revogou uma medida que garantia que venezuelanos em solo americano teriam direito a trabalhar legalmente.
A decisão prevê que o governo decrete novas regras sobre o tema até domingo (2). Caso contrário, a proteção seguirá valendo por mais seis meses.
Também nesta quarta-feira (29), o presidente Donald Trump sancionou lei que obriga autoridades federais a deter qualquer imigrante ilegal acusado de roubo ou algum outro crime violento.
“Sob a administração Trump, estamos agindo com urgência e velocidade para tirar esses criminosos perigosos e violentos do nosso país. E restaurar a lei e a ordem nos nossos subúrbios, cidades e municípios”, disse Trump.
O combate à imigração ilegal é a principal política de Donald Trump no Continente Americano. E joga o foco da diplomacia dos Estados Unidos pros vizinhos do sul. Uma realidade inédita até aqui.
A consultoria de risco político Eurasia aponta que toda a região vai sentir os impactos do foco de Trump no combate à imigração.
Os principais afetados serão os países da América Central, que vão absorver os custos de receber parte dos deportados. E perder as remessas dos imigrantes que moram nos Estados Unidos e enviam dinheiro para casa. Essas transferências respondem a 30% do PIB de alguns dos países da América Central.
O México também vai receber imigrantes deportados. Mas a avaliação da Eurasia é de que o país já se estruturou para responder à pressão de Trump. O principal desafio será a renegociação do acordo de livre-comércio entre México, Canadá e os americanos.
Já em relação ao Brasil, a consultoria avalia que o maior risco está nos efeitos macroeconômicos causados pelo fortalecimento do dólar. A expectativa é de que o real fique ainda mais fraco. O que turbinaria a inflação.
Nesta quarta-feira, diplomatas brasileiros combinaram com as autoridades americanas a criação de um grupo de trabalho para garantir as condições dos voos de brasileiros deportados dos Estados Unidos.
Na avaliação da consultoria, a abordagem de Trump vai corroer laços diplomáticos já consolidados, abrindo caminho para uma aproximação maior com a China.