Em decisão unânime, o Banco Central voltou a subir os juros em 1 ponto percentual, atingindo os 13,25% ao ano. Uma próxima alta do mesmo tamanho já foi colocada na mesa pelo comitê.
O Banco Central abre a carta citando um ambiente externo desafiador, gerado principalmente pela política econômica dos Estados Unidos. O Federal Reserve decidiu manter os juros americanos entre 4,25% e 4,50% ao ano.
No cenário doméstico, o Copom apontou preocupações com o mercado de trabalho aquecido e com expectativas de inflação desancoradas. No Boletim Focus desta semana, divulgado pelo próprio Banco Central, a projeção para a elevação dos preços foi de 5,5%, superando – e muito – o teto da meta inflacionária.
Pela primeira vez, o comitê afirma que a trajetória da dívida pública impacta os ativos financeiros e as expectativas dos agentes econômicos, portanto, a própria política monetária. A carta reconhece que o Banco Central ainda acompanha com atenção a situação das contas públicas e o regime fiscal.
Ao longo dos dois primeiros anos de mandato, Lula atacou o Banco Central – à época comandado por Roberto Campos Neto – justamente por causa do patamar da Selic. Lula considerava que os juros estavam “muito altos” e que Campos Neto era parcial nas decisões.
O presidente mudou, de certa forma, o discurso no final do ano passado. Lula garantiu a Galípolo, em vídeo publicado nas redes sociais, que o Banco Central terá autonomia para tomar as decisões que achar necessárias.
E o Banco Central tem mais um ponto na lista de preocupações. A partir deste sábado, a gasolina e o etanol terão um aumento de R$ 0,10. Para o diesel, será de R$ 0,06. Isso é decorrente de um reajuste no ICMS dos combustíveis, fator que deve pressionar ainda mais a inflação.
Lula e o governo se mantêm atentos à mudança, especialmente porque ela pressiona ainda mais o custo dos alimentos.
Caminhoneiros já tratam como certo o impacto inflacionário para a alimentação e para o transporte coletivo.
* com informações de Julliana Lopes, da CNN
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