O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) usou as redes sociais, nesta segunda-feira (27), para rebater as afirmações que constam no primeiro depoimento da delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL).
“Essa investigação sobre suposto golpe não ocorre num juizado de primeira instância, mas sim na Suprema Corte, sob comando do ministro Alexandre de Moraes. Não precisa ser um gênio para saber que eu não vou ter direito a ampla defesa e isso também não caminha sobre um devido processo legal”, afirmou.
De acordo com o que foi relatado no documento, Eduardo Bolsonaro fazia parte do núcleo de “radicais” que gravitavam em torno do ex-presidente após as eleições de 2022.
Segundo Cid, o filho do ex-presidente conversava “constantemente” com o pai “instigando-o para dar um golpe de Estado”. Eduardo nega. Deste núcleo, conforme o depoimento, também fazia parte da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.
Tmbém nas redes sociais, Michelle ironizou depoimento de Cid sobre vínculo dela com plano golpista.
No Instagram, ex-primeira-dama publicou uma notícia sobre o tema e, ainda, um “avatar” do próprio rosto que segura duas xícaras transbordando de lágrimas.
Para Eduardo, o vazamento do depoimento ocorre justamente no momento em que Jair Bolsonaro deu declarações de que, caso continue inelegível, o filho ou a esposa seriam boas opções para serem candidatos a presidente em 2026.
O primeiro depoimento da delação premiada de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), cita nove dos 37 indiciados pela Polícia Federal por suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.
A delação premiada de Cid foi homologada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), em setembro de 2023.
Depois disso, ele prestou mais de dez depoimentos.
Segundo o ex-ajudante de ordens, depois da vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), três grupos gravitavam em torno de Bolsonaro.
O primeiro deles, de “conservadores”, teriam uma linha política. A intenção desse grupo era transformar Bolsonaro em um “grande líder da oposição”.
Alguns dos integrantes seriam o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e Bruno Bianco, ex-advogado-geral da União.
Havia ainda os “moderados”, que diziam concordar com “as injustiças” do Brasil, mas não eram a favor de uma intervenção radical.
“Entendiam que nada poderia ser feito diante do resultado das eleições, qualquer coisa em outro sentido seria um golpe armado”, afirma Cid.
Participantes incluiriam o general Freire Gomes, então comandante do Exército, além do general Paulo Sérgio Nogueira, que era ministro da Defesa.
O terceiro grupo, segundo a delação, era composto por “radicais”, que era dividido em dois núcleos: um que seria a favor de ir atrás de uma suposta fraude nas urnas.
Outra parcela “era a favor de um braço armado”. Estavam inclusos, de acordo com o documento, o presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, e o general Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde.