A sugestão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de eliminar ou restringir a atuação da Agência Federal de Gestão de Emergências (FEMA, na sigla em inglês) pode impactar severamente a resposta a emergências até mesmo em níveis estaduais, disse a ex-chefe da FEMA Deanne Criswell à CNN.
“Precisamos acreditar em sua palavra, e acho que os diretores estaduais de gerenciamento de emergências deveriam se preocupar com o que isso significa para a temporada de tornados da primavera” e para a temporada de furacões no futuro, advertiu Criswell.
“Eles [governadores] têm recursos para proteger seus moradores?”, questionou.
Criswell, que foi chefe da FEMA durante a gestão de Joe Biden, afirmou que há muitos mal-entendidos sobre as funções da agência.
Ela atribui certas tarefas, como a limpeza de escombros, a outras agências federais, como o Corpo de Engenheiros do Exército dos EUA, que tirou escombros em desastres recentes, incluindo o furacão Helene e os incêndios florestais de Maui. Os estados não podem ativar esses recursos por conta própria.
“Essa parte de coordenação que a FEMA lidera é um dos papéis mais críticos que desempenhamos na estabilização desses incidentes”, ponderou Criswell.
Além de ajudar a pagar pela recuperação e reconstrução após um desastre, a agência também reembolsa estados e municípios por buscas e resgates que foram feitos imediatamente após desastres.
“A FEMA está pagando a conta dessas equipes muito capazes”, ressaltou Criswell, observando que o órgão ajudou a financiar socorristas locais que fizeram buscas e resgates após o furacão Helene, assim como equipes com cães farejadores após os incêndios mortais de Maui.
Se os estados perdessem esse financiamento da FEMA, eles teriam que conseguir o dinheiro em outro lugar, advertiu a ex-chefe.
A FEMA ainda está ajudando a abrigar pessoas que perderam suas casas após o Helene.
“Se abolirmos a FEMA e tivermos pessoas em hotéis precisando de lugares para ficar, isso acaba? Quem está assumindo a responsabilidade?”, questionou.