O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta quinta-feira (23) que o acordo de cessar-fogo entre Israel e Hamas “não teria acontecido” sem o envolvimento de sua equipe nas negociações.
A declaração foi dada durante o discurso do republicano no Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, do qual participou via videoconferência.
“Antes mesmo de assumir o cargo, a minha equipe negociou um acordo de cessar-fogo no Oriente Médio, o que não teria acontecido sem nós, como penso que a maioria das pessoas presentes na sala sabe”, declarou Trump. “No início desta semana, os reféns começaram a retornar para suas famílias, eles estão voltando e é um espetáculo lindo. E eles vão voltar cada vez mais, começaram a voltar no domingo.”
A cooperação entre as equipes do agora ex-presidente Joe Biden e de Trump foi “quase sem precedentes”, declarou um alto funcionário do governo Biden após a resolução ser fechada, possibilitado por uma rara interseção de interesses entre rivais políticos que viram uma abertura após a vitória de Trump.
Brett McGurk, o negociador de longa data do Oriente Médio para o presidente Joe Biden, estava em Doha, capital do Catar, por semanas na esperança de um acordo final.
Ele foi acompanhado pelo enviado do presidente eleito Donald Trump para o Oriente Médio, Steve Witkoff, para o empurrão final.
Em alguns momentos, McGurk e Witkoff dividiram reuniões pelo Oriente Médio para levar o cessar-fogo adiante, incluindo conversas críticas entre Witkoff e o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu na semana passada, das quais McGurk participou por telefone.
Se o negociador de Biden estava focado nos parâmetros do acordo, Witkoff estava presente para enfatizar o desejo de Trump de ver uma conclusão até o dia da posse.
Após o acordo ser anunciado, tanto o presidente entrante quanto o que sai assumiram todo o crédito, um sinal de que o relacionamento abalado entre eles perdura.