O presidente Joe Biden detalhou neste domingo (8) alguns passos que os EUA darão após a queda do regime de Bashar al-Assad na Síria e a tomada do poder por grupos rebeldes.
Em pronunciamento na Casa Branca, Biden pontuou que o cenário oferece um “momento de risco e oportunidade”.
“É um momento de oportunidade histórica para o povo sofredor da Síria construir um futuro melhor para o seu orgulhoso país. É também um momento de risco e incerteza”, disse o democrata.
“À medida que todos nos voltamos para a questão do que vem a seguir, os Estados Unidos trabalharão com os nossos parceiros e as partes interessadas na Síria para ajudá-los a aproveitar uma oportunidade para gerir o risco”.
Biden pontuou que os EUA irão apoiar os sírios com a ajuda da Jordânia, Líbano, Israel e Iraque, “caso surja qualquer ameaça da Síria durante este período de transição”.
Também neste domingo, forças dos EUA bombardearam alvos do Estado Islâmico na Síria. Segundo um oficial dos EUA, os ataques aéreos tiveram como alvo “líderes, agentes e campos”.
As incursões também foram confirmadas pelo Comando Central dos EUA (CENTCOM, na sigla em inglês). Em nota, o órgão afirmou que os ataques visavam garantir que o Estado Islâmico não tirasse vantagem da atual situação na Síria.
“Estão em andamento avaliações dos danos da batalha e não há indicações de vítimas civis”, disse um funcionário do governo dos EUA.
Segundo Biden, os EUA irão priorizar esforços para evitar o ressurgimento do ISIS na região.
Biden observou que esses esforços incluem a segurança de centros de detenção onde combatentes do ISIS estão detidos como prisioneiros, bem como uma “dúzia de ataques de precisão” na Síria contra o ISIS.
Biden também pontuou que os EUA irão se envolver com grupos sírios para estabelecer uma transição do regime de Assad “para um novo governo independente e soberano”.
“Os Estados Unidos farão tudo o que puderem para apoiá-los, inclusive através de ajuda humanitária, para ajudar a restaurar a Síria depois de mais de uma década de guerra e de geração de brutalidade por parte da família Assad.”
Apesar do sinal, o democrata pontuou que os EUA “permanecerão vigilantes” com os grupos rebeldes que atuam no país.
“Tomamos nota das declarações dos líderes destes grupos rebeldes nos últimos dias, e eles estão dizendo as coisas certas agora, mas à medida que assumem maiores responsabilidades, avaliaremos não apenas as suas palavras, mas as suas ações”, disse Biden.
Um dos principais grupos rebeldes que lideram a ofensiva, Hayat Tahrir al-Sham (HTS), foi designado pelos EUA como organização terrorista.
Em 2017, o FBI ofereceu US$ 10 milhões por informações sobre Abu Mohammed al-Golani, líder do HTS.
O principal programa de recompensas de segurança nacional do Departamento de Estado dos EUA continua oferecendo a recompensa.
Abu Mohammed al-Golani, também conhecido como Muhammad al-Jawlani, foi o comandante da franquia da Al Qaeda (AQS) na guerra civil síria.
Hoje, ele é o mais conhecido dos insurgentes triunfantes da Síria, tendo gradualmente ganhado destaque desde que cortou laços com a Al Qaeda em 2016.
Quem é a família de Bashar al-Assad, que governou a Síria por mais de meio século
8Com informações de Betsy Klein, da CNN Internacional, e da Reuters