O Comitê de Política Monetária do BC (Copom) reduziu neste mês o ritmo de afrouxamento monetário, cortando a Selic em 0,25 ponto percentual (p.p.), a 10,5% ao ano, após seis reduções consecutivas de 0,5 ponto percentual.
Galípolo foi um dos votos vencidos pelo corte de 0,5 p.p.
A decisão do colegiado significou o abandono da orientação futura dada na reunião anterior do Copom, que previa um corte de 0,5 ponto este mês.
Em um evento promovido pela Liga de Mercado Financeiro da Universidade Federal de Itajubá, Galípolo também disse que reduzir a magnitude do corte na taxa básica implicaria justificar que tinha acontecido uma mudança substancial no cenário que justificava não cumprir o guidance.
Galípolo ainda reafirmou nesta segunda-feira que não há relação direta entre a política monetária dos Estados Unidos e a do Brasil, ressaltando que uma eventual reação do BC ao cenário de juros norte-americanos elevados e reprecificação do dólar vai depender dos seus impactos sobre a inflação doméstica.
Ele destacou que os juros altos nos EUA e realocações nas cadeias produtivas estão alterando de forma significativa os fluxos de capital no mundo, e que isso impacta o país por meio da taxa de câmbio, do diferencial de juros e do prêmio de risco.
“A meta nossa é de inflação”, disse. “Os canais de transmissão vão se revelar para que a gente tenha ou não ter que ter uma função de reação da política monetária a partir disso”.